Vivemos em um modo permanente de correria e exaustão.
Não é humanamente possível viver sempre assim.
Quando a velocidade faz sentido? Quando ela não faz, mas estamos correndo apenas, porque este se tornou o “automático“?
Precisamos desacelerar.
E este é um processo que envolve escolhas individuais, mas também transformações culturais, sociais e políticas.
Temos direito ao descanso.
Temos direito à desconexão.
Temos direito à convivência.
Temos direito ao bem estar e à saúde mental.
Temos direito à pausa.
Temos direito de ter tempo de conviver com as pessoas importantes para nós.
Temos direito a construir comunidade.
Temos direito a desfrutar do tempo, de forma que nos humanizemos.
- – Manifesto Instituto Desacelera
Em 2016 fizemos o Guia DesaceleraSP para desacelerar na cidade de São Paulo. Mas quem tem tempo pra isso?
Então, mergulhamos em uma pesquisa sobre a cultura da velocidade e o ambiente cada vez mais apressado das grandes metrópoles.
A partir dela, fundamos a Escola do Tempo (onde oferecemos formações que ajudam as pessoas e organizações a repensarem sua relação com o tempo); e articulamos a Rede DesaceleraSP, com parceiros que se reuniram em 2018 na realização do Dia sem Pressa, o primeiro festival da cultura slow do Brasil. Em 2023, o evento chega a sua sexta edição.
Em 2020, a pandemia agravou os desafios sobre tempo, cuidado, bem-estar e questões relacionadas à nossa saúde mental. 43% da população brasileira sente que está vivendo a vida na velocidade x2.
Nós acreditamos que a transformação da qual precisamos está ancorada em uma mudança estrutural e cultural. E não em soluções individuais e baseadas na ideia de que é possível controlar o tempo. Todos temos direito a uma vida desacelerada.
É daí que nasce o Instituto Desacelera
uma associação civil sem fins lucrativos que atua como desaceleradora de pessoas e organizações e tem como missão democratizar o cuidado, a saúde mental e o bem-estar. Pois desacelerar, em tempos atuais, não é tarefa fácil.
É preciso mexer na nossa visão de produtividade.
Mexer nas jornadas de trabalho.
Mexer nas pausas.
Mexer, portanto, no bolso.
Na nossa visão sobre o que são “recursos”.
É preciso mexer nas culturas organizacionais.
Portanto, desacelerar exige uma atitude que precisa ser cultivada.
Não é sobre lentidão, mas sobre recuperar os sentidos, a presença.
Uma atitude que não pode acontecer sem o apoio de muitos.
Sem o seu apoio.
Queremos promover espaços democráticos e plurais de formação e reflexão; mobilização e ativação de redes de cuidado; produção e curadoria de conteúdos relacionados ao bem-estar, à saúde mental e ao universo do movimento slow.
Nosso trabalho só faz sentido se financiado também por indivíduos que percebem a relevância deste tema no mundo.
Cada apoio é um gesto que confirma o sentido da nossa existência, que faz com que a gente siga acreditando e atuando por uma sociedade onde o cuidado é parte integral da nossa relação uns com os outros e com o mundo.
Seu apoio é recurso para viabilizar nosso trabalho.
Mas também é cumplicidade e companhia nesta construção.
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